Tratamento com psicoestimulantes para TDAH reduz a altura?

O que sabemos
    • Um dos riscos conhecidos do tratamento com psicoestimulantes para TDAH é um impacto no crescimento em altura e peso. 
    • Uma meta-análise recente acerca do tema indicou que o uso de metilfenidato estaria associado com déficit de crescimento, principalmente relacionado com a altura, com um tamanho de efeito pequeno (em torno de 2cm de altura final para usuários consistentes).
    • Um ponto salientado nesse estudo é que os estudos incluídos geralmente não descrevem adequadamente alguns fatores confundidores como aspectos genéticos, fatores pré-natais e socioeconômicos.

Estudo
    • 14.268 indivíduos com TDAH e 71339 controles foram identificados no Registro Nacional de Pacientes da Suécia (NPR). 
    • A altura aos 18 anos de idade, durante o alistamento no Registro de Serviço Militar, foi o desfecho principal.
    • Também foram obtidas informações como peso ao nascer, nível de escolaridade dos pais, nível socioeconômico e comorbidades psiquiátricas e clínicas.

  • Os participantes foram divididos em dois grupos distintos:

      1. Pacientes virgens de tratamento: indivíduos que se alistaram entre os anos de 1968 e 1991, antes das medicações para TDAH serem introduzidas no país.

      2. Pacientes potencialmente tratados: indivíduos que se alistaram entre os anos de 1992 e 2010, quando a medicação começou a ser utilizada no país.
    Resultados
    • Diagnóstico de TDAH foi associado a risco de menor estatura antes (OR = 1.31) e depois (OR = 1.21) dos psicoestimulantes terem sido introduzidos no país em análise.
    • Esse risco foi atenuado quando controlado para comorbidades e fatores sociodemográficos.
    • Nos pacientes potencialmente tratados, fatores pré-natais, comorbidade psiquiátrica e nível socioeconômico atenuaram a associação entre o TDAH e baixa altura. 
    • Também foi avaliado que irmãos, meio-irmãos e primos de indivíduos com TDAH tiveram mais chances de terem baixa estatura quando comparados com parentes dos controles. 
    Na prática clínica
    • Neste estudo epidemiológico foi avaliada a associação entre o TDAH e a baixa estatura dos indivíduos. Os resultados sugerem que existe uma associação entre o TDAH e a baixa estatura. 
    • Foi encontrado que a associação entre TDAH e déficit de altura foi semelhante em magnitude tanto no grupo que potencialmente passou pelo tratamento quanto no grupo que era virgem de tratamento. 
    • Por outro lado, considerando a baixa prevalência de tratamento destes países, em especial incluindo indivíduos completando 18 anos a partir dos anos 90, é possível que o estudo não tivesse poder para detectar diferenças de altura causadas pelo tratamento.
    • Permanece indispensável o cuidado em medir peso e altura periodicamente em crianças e adolescentes em uso crônico de psicoestimulantes.

    Referência

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